Saiba como funcionam os radares
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Presente na maioria das grandes cidades, os
radares eletrônicos são ao mesmo tempo um suporte para a segurança dos
motoristas e um incômodo para os usuários do sistema viário. Isso acontece
porque há muitos que julgam os radares como “caça-níqueis”, mas a verdade é
que, em locais que há a presença desses redutores de velocidade, o índice de
acidentes pode cair muito.
Segundo a assessoria de imprensa da Urbs
(Urbanização de Curitiba), comparando os anos de 1999 (quando os radares
começaram a ser utilizados) e 2009, o nível de acidentes caiu 42% e o de
atropelamentos caiu 65%, nas áreas fiscalizadas. É importante dizer que, nesse
mesmo período, a frota da cidade cresceu quase 70%.
Há muitas pessoas que imaginam o sistema de
radares como algo simples, mas existe muita tecnologia empregada em cada um dos
“pardais” que estão nos postes das avenidas mais movimentadas. Para entendermos
melhor esse sistema, vamos começar com uma rápida conceituação da tecnologia
dos radares.
O que são radares?
Um radar comum é composto por enormes antenas e
eletricidade. Eles enviam pulsos eletromagnéticos intermitentes por longas
distâncias, e quando há algum objeto que reflita o pulso (helicópteros, por
exemplo), a antena capta a resposta e consegue calcular imediatamente a
distância em que estão os objetos.
No pulso seguinte, o mesmo processo é realizado,
mas há uma função adicional. Com as duas informações de distância recebidas, um
rápido cálculo da relação entre elas e o tempo de intervalo pode ser feito para
que a velocidade dos objetos seja obtida. E essa é apenas uma das funções dos
radares de controle aéreo ou detecção de inimigos, por exemplo.
Radares são muito utilizados também por serviços
de previsão meteorológica. As massas de ar e os outros elementos do tempo
refletem os pulsos eletromagnéticos. Água, gelo e poeira são percebidos pelos
radares, que enviam as informações até os computadores dos centros de
meteorologia, onde elas são entendidas pelos profissionais da área.
O efeito Doppler
Você se lembra das suas aulas de física? Então
deve se lembrar do efeito Doppler, estudado junto aos conceitos de acústica.
Para refrescar sua memória, vamos a um exemplo prático do efeito Doppler:
quando uma ambulância está se aproximando, você ouve a sirene de uma maneira e,
quando ela está se afastando, você ouve de outra forma. Devido à distância,
percebemos a frequência de um jeito diferente.
Essa diferença está de volta com os radares, mas
em vez de percepção sonora o que muda são as frequências das ondas
eletromagnéticas. Dessa forma, é possível calcular a velocidade com que os
objetos estão se aproximando. Também é assim que os institutos de meteorologia
calculam quando as chuvas chegarão às cidades.
Radares de trânsito
Agora que você já sabe como é o funcionamento dos
radares em geral, está na hora de saber como funcionam os equipamentos utilizados
pelas empresas responsáveis pela fiscalização das vias urbanas. Podemos
dividi-los em dois segmentos principais: fixos e móveis, sendo que cada um
deles possui suas particularidades.
Os mais comuns nas cidades brasileiras são os
fixos, também conhecidos como “pardais”. Mais à frente explicaremos por que
muitos não os consideram radares e também explicaremos o funcionamento dos dois
tipos já mencionados. Então se prepare para adicionar mais esses assuntos ao
seu plantel de conhecimentos sobre tecnologia.
Radares fixos
O infográfico que inaugura este artigo mostra o
funcionamento dos radares fixos, os chamados “pardais” que ficam acoplados aos
postes em vias muito movimentadas ou em que ocorrem muitos acidentes. Por lei,
é obrigatório que as vias fiscalizadas possuam sinalização indicando a presença
dos sensores de velocidade. Isso evita que os motoristas sejam pegos de
surpresa pelos aparelhos.
Ao passar por um ponto fiscalizado, você pode
perceber que não existem apenas as câmeras no poste. O sistema possui também
três faixas de sensores e um computador que calcula a velocidade e transmite os
dados até as centrais da empresa responsável (ele fica em uma caixa, logo
abaixo das câmeras). Agora, vamos entender a importância de cada peça desse
complexo aparelho.
Sensores magnéticos
Eles podem ser vistos por qualquer pessoa, pois
não é difícil identificá-los. Perto dos “pardais”, sempre podem ser vistas
algumas marcações no chão. São os sensores magnéticos que enviam os pulsos até
os computadores de medição, em que serão realizados os cálculos que indicam em
quais velocidades os motoristas passam pela via.
Os três sensores funcionam em conjunto, criando um
campo eletromagnético. Como os veículos são compostos por elementos
ferromagnéticos, os sensores são afetados por eles. Dessa maneira, assim que o
carro ou a motocicleta passar pelo primeiro o sensor, o campo magnético é
anulado e reativado quando o segundo sensor for acionado.
Rapidamente são realizados cálculos entre a
distância e o tempo, para que seja definida a velocidade com que o veículo
cruzou os sensores. É aquele mesmo cálculo das aulas de física (a distância
dividida pelo tempo percorrido é igual à velocidade) que define a quantos
quilômetros por hora o motorista estava.
Se estiver acima da velocidade permitida, o
cálculo é refeito entre o segundo e o terceiro sensor. Sendo confirmado o excesso
de velocidade, as câmeras (que estão em constante funcionamento) armazenam a
imagem do veículo e a enviam para a central de infrações.
Câmeras de captura
Como o SINIAV ainda não foi colocado em prática, os carros e motos não
possuem chips de identificação eletrônica. Dessa forma, exige-se que câmeras
estejam apontadas para as ruas para que seja possível capturar as imagens de todos
os automóveis que ultrapassarem os limites de velocidade.
As câmeras ficam ligadas o tempo todo, mas não
armazenam os dados de todos os carros. Quando um veículo está mais rápido do
que deveria, a imagem é paralisada e enviada para as centrais. Só então os
profissionais responsáveis entram em cena e identificam as letras e números das
placas captadas.
Assim que for identificado o veículo, a multa é
emitida e enviada para a casa do proprietário. Após a emissão, o dono do carro
autuado tem 15 dias para apresentar um condutor. Não o fazendo, a multa e os
pontos serão aplicados sobre a carteira do proprietário.
Computador
De nada adiantariam os sensores localizados no
chão das vias se não existisse um computador para calcular a velocidade com que
os carros passam sobre eles. O aparelho realiza os cálculos e os compara com a
velocidade máxima programada para a via. Caso esteja de acordo com o exigido,
nada ocorre.
Mas se ao cruzar os dados o computador verificar
que há o excesso de velocidade, então ele ordenará que a câmera capture a
imagem do veículo e a fotografia é redirecionada para a central. Ao anoitecer,
é esse equipamento que ativa os sensores infravermelhos das câmeras para que
elas captem as placas mesmo com pouca luz.
Radares fixos são mesmo
radares?
Existe uma discussão por parte de muitos
pesquisadores em relação à nomenclatura “radar” para os dispositivos de
fiscalização eletrônica. Segundo a definição, um radar emite ondas
eletromagnéticas e o reflexo delas cria o efeito Doppler utilizado para
calcular a distância e a velocidade dos objetos.
Como os radares fixos não funcionam dessa forma
(pois eles não emitem ondas para os veículos), o que acontece é apenas uma
desativação momentânea do campo eletromagnético. Por essa razão, os “pardais”
podem não ser considerados radares.
Da mesma forma, boa parcela das lombadas
eletrônicas também foge da definição dos radares. Os sensores utilizados pelas
lombadas não são eletromagnéticos, por isso não são ativados com a presença de
objetos ferromagnéticos. Eles são ativados pelo peso dos veículos, sendo apenas
dois sensores em vez de três.
É importante dizer que os radares fixos só são
instalados após estudos muito profundos sobre a importância deles nos locais.
Segundo a assessoria de imprensa da Urbs (Urbanização de Curitiba), eles só
podem ser instalados após avaliação do INMETRO, que também é responsável pela
aferição e fiscalização de cada um.
Radares móveis
Quanto a esses, não há dúvidas. Os radares móveis
são mesmo radares e funcionam da mesma maneira do que aqueles utilizados pelos
militares na busca de inimigos. Sempre acompanhados de membros do departamento
responsável pela via (Policia Rodoviária Estadual ou Federal, Departamento de
Trânsito Estadual ou Municipal, por exemplo), esses radares funcionam da
seguinte maneira:
As “armas de radar” (aquelas que são empunhadas
pelos policiais) emitem sinais de rádio para os carros. O tempo entre uma
emissão e outra é constante, mas os reflexos não oferecem a mesma constância (a
menos que o veículo esteja parado). A diferença entre uma reflexão e outra
representa o efeito Doppler (explicado mais acima).
Com esse efeito, o mesmo equipamento de medição
realiza os cálculos e fornece a velocidade para o policial responsável. Para
resultados mais confiáveis, geralmente há dois equipamentos juntos nas estradas
e ruas. Dessa forma, se for confirmado o excesso de velocidade, o motorista é
multado da mesma maneira que acontece com os radares fixos.
Esses são os dois tipos de radares utilizados para
a fiscalização da frota brasileira. É necessário lembrar que todos os fixos
devem ser fiscalizados pelas agências de trânsito (municipais, estaduais e
federais, de acordo com a via) e também precisam passar por constantes
manutenções para evitar erros nas medições.
Infográfico por: Diogo Saito Takeushi
Fonte: www.tecmundo.com.br
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